Mais perto do recomeço. E agora, pais?
Foram meses, dias e horas de angústia insuportáveis.
Imagino rostos tristes, por não poderem ver os vossos filhos a divertirem-se, de não poderem pôr a conversa em dia, de não sentirem o mau humor por terem de se levantar cedo e preparar o saco dos vossos filhos para o jogo, enquanto eles, na sua preguiça de criança, se levantam devagar, devagarinho.
Imagino a frustração pela ausência de tanta correria para o levar ou buscar ao treino, o qual reclamamos, mas não sabemos viver sem isso.
Quem não tem saudades de reclamar, porque as chuteiras vêm sempre sujas ou porque o saco não foi desfeito e, no dia do treino, têm de procurar um outro equipamento?
Foram e ainda são tempos difíceis.
Tempos que alteraram as nossas rotinas e nos afastaram da azáfama dessa correria. Mas não desanime, é tudo uma questão de tempo e essa vontade de “tudo retomar à normalidade” está para breve.
Agora é tempo de refletir e fazer uma prospeção ao nosso modo de estar no passado.
Tempo de avaliar as nossas atitudes. As nossas reclamações, os nossos desânimos, as nossas frustradas espectativas têm algum significado neste momento difícil que todos passamos?
De certo que não.
Os nossos filhos para quem tanto desejamos a felicidade, não andam felizes, não sentem tanto prazer pela vida. Então, façamos o que é mais importante: ajudar a retomar à vida normal.
Vamos ajudar os nossos filhos a reconquistar esse prazer. Mas façamo-lo com critério, sabedoria e motivação.
Vamos tentar ser pais mais presentes positivamente e mais responsáveis.
Vamos melhorar os valores e o espírito eticamente desportivos.
Que a ausência, neste tempo sem desporto, seja um compreender que os nossos filhos são o espelho das nossas ações. Que os adversários também são crianças. Que os árbitros são humanos e filhos de alguém.
Se a consciência pesar, que seja para quem erra e não valorizar esses erros perante as crianças, mas sim valorizar os bons exemplos.
Muitas vezes ouço e leio que os tempos não serão os mesmos.
Quero acreditar que para o nosso modo de estar no Desporto seja isso mesmo, uma mudança!
Bela reflexão, que isso tudo gere a mudança necessária para podermos como famílias inspirar as crianças a praticarem mais princípios e valores de cidadania correta no esporte . Que comece por nós!
Mas esta carta foi escrita quando porque está desatualizada levar escadotes para os filhos jogar ficar aos montes fora do campo em campos com mais de mil lugares disponíveis neste os pais só servem pagar e transportar os seus filhos
Que assim seja! Mudanças para as nossas crianças. Viva o futuro de futebol.