Estava numa sessão com um atleta que já tinha um sucesso reconhecido, tinha capacidade de se focar bastante no seu trabalho diariamente, e estava sempre pronto para trabalhar. Mas disse uma frase que me fez pensar:
“Cheguei a um ponto que, se eu estiver bem, já é uma vitória. Não vou estar a preocupar-me com tudo e com todos. Não quero problemas.”
Entendo e respeito a sua posição, mas imediatamente surgiu um esquema na minha cabeça sobre a diferença que há entre atletas e atletas.
Tenho observado que nem todos os atletas têm o mesmo grau de compromisso e envolvimento com a sua atividade desportiva, nem têm a mesma capacidade de sacrifício. Nem mesmo os que já estão na alta competição, e nem mesmo aqueles por vezes, por algum motivo se destacam.
Podemos encontrar 3 tipos de atletas já dentro da alta competição…Na verdade isto serve para qualquer contexto, até podiamos dizer 3 tipos de pessoas:
1. Aquele que não faz o seu trabalho, porque o do lado também não faz
Este atleta passa muito do seu tempo a falar sobre o que os outros fazem ou deixaram de fazer. Fala de treinadores, de colegas de equipa, do clube onde está… Por vezes tem alguns conflitos. Fala de tudo menos do que pode fazer para evoluir e continuar a fazer o seu trabalho. Tem a ilusão de que, porque alguém faltou com a sua parte, jã não vale a pena ele fazer a sua, então abranda (por vezes sem se aperceber) e está a diminuir a sua performance sem entender o porquê.
2. Aquele que faz o seu trabalhom independentemente de tudo
Este é o atleta neutro, faz o que tem que fazer, não se deixa influenciar, e a sua evolução é estável. Mantém um bom ritmo, não arranja problemas com ninguém, é confiável e sabemos o que podemos esperar dele. Só que não assume a a liderança quando é necessário, de tanto não querer arranjar problemas, torna-se passivo, e desde que ele esteja bem, o resto não o preocupa.
3. Aquele que faz o seu trabalho, e ajuda os outros a fazer o seu também
Este além de conseguir fazer a sua parte, como o segundo faz, ajuda os outros a fazer o seu também. Não necessariamente metendo-se em tudo, mas através do seu exemplo, positivismo, profissionalismo, e presença. O segundo até faz a sua parte, mas não tem presença, não se quer envolver em nada. Mas este, mesmo sem conflitos, consegue entender que existe algo maior que ele mesmo, e por vezes sacrifica-se pelo bem maior. Mesmo quando a sua performance não está no seu melhor, é escolhido para estar dentro de campo, porque passa segurança, consistência e confiança.
Quando olhamos para estas três categorias, podemos cair na inocência de dizer: “Devia ser todos como o terceiro tipo.” É inocência mesmo, porque em nenhum lugar vamos ter tudo de uma só coisa. Tal como nem tudo é mau (nem todos são o primeiro), também nem tudo é muito bom (como o terceiro).
Se és o tipo de pessoa que se queixa de não haver muitos número 3, secalhar és um número 1, que está sempre a ver o que falta (disse esta frase da forma mais smooth possível).
À luz desta informação há duas coisas que podes fazer:
– Esforçar-te para ser mais número 3
– Aprender a lidar com os outros dois
Até à próxima
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