No fim de semana, num jogo de Infantis 7 ( Sub-12) do campeonato da AFL, um dos jogadores da equipa adversária foi advertido com um cartão vermelho direto.
Não sendo uma situação vulgar, num campeonato ainda sem qualquer contexto de competição e com idades que não são habituais de assistirmos a este tipo de situações, leva-nos a refletir e discutir se realmente terá sido a melhor opção por parte do árbitro.
Como treinador de formação, penso que a melhor escolha será sempre de advertir o atleta, retirando-o do campo e tentando dialogar com ele, percebendo o que realmente terá acontecido para que tenha tido aquele comportamento.
Ao abordarmos a situação desta forma tentamos perceber o seu lado emocional, fortalecendo as suas qualidades, para que numa situação futura possa agir ou pensar de uma outra forma. Tentamos assim não agravar a sua “raiva” perante o adversário e o árbitro que passa a ser o principal responsável pelo acontecimento. Tentamos igualmente não prejudicar a equipa no contexto desportivo, ao mesmo tempo que damos bom um exemplo a todos os outros colegas de como podem controlar as suas emoções numa situação semelhante.
Por outro lado, consigo compreender o árbitro da partida. Numa conversa no final do jogo, o mesmo referiu que “tomou a decisão correta dada a agressão deliberada do atleta” e que “não podia permitir que se deixasse que outros atletas pudessem ter comportamentos semelhantes e que não fossem punidos”.
De fato, por vezes temos queremos transmitir uma mensagem, com determinados atos que achamos corretos e o recetor dessa mesma mensagem, o atleta, não a entende da mesma forma. Poderia realmente ser entendido pelos jogadores como uma “fraqueza” por parte do árbitro, levando a que outros colegas pudessem ter o mesmo comportamento.
Este tema pode derivar para outras discussões, pois, provavelmente a origem deste comportamento será anterior a este jogo, despoletando um “gatilho” emocional menos positivo naquele momento da partida. O stress a que alguns atletas estão sujeitos por parte dos Pais e/ou Treinadores para alcançarem vitórias ou a própria rotina diária que os leva a não ter tempo para “brincar”, dificultando a gestão das suas emoções e consequentemente a regulação dos seus comportamentos. Deixo para os entendidos, pessoas que estudam este tipo de comportamentos e para as várias entidades ( Ministérios, Clubes e Organizações ) de perceberem que jovens estamos a formar e qual o impacto que terá no futuro.
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