A presença dos pais no quotidiano de uma equipa de futebol de formação é “obrigatória” para garantir o funcionamento da maioria dos clubes em Portugal. Neste artigo não importa analisar a realidade dos clubes em Portugal. Interessa sim, falar sobre a realidade dos pais de acordo com a nossa experiência.
Tal como os outros intervenientes no futebol de formação (treinadores, diretores, árbitros) também existem pais de todos os tipos, e, se é certo que existem pais que não contribuem em nada para a formação dos seus filhos e que projetam as suas frustrações nos jogos dos filhos de tenra idade, também é verdade que existem muitos mais que sabem estar no desporto e muitos, mas mesmo muitos, que se disponibilizam para ajudar os clubes onde os filhos praticam futebol.
Temos desde diretores do clube com responsabilidades mais alargadas na formação a pais, geralmente designados por Delegados, que são os diretores das equipas dos filhos e ainda, treinadores das equipas dos filhos e por fim, sendo estes a maioria, os pais adeptos, aqueles pais que acompanham não só a equipa onde o filho joga mas também outras equipas do clube.
E é fácil ser pai adepto?
Seguramente que não! A postura de pai adepto é a de alguém que apoia, acarinha, brinca e estimula a equipa do seu filho. Sim, apoia a equipa onde o seu filho joga, não apoia exclusivamente o seu filho. É fácil identificar um pai que vê a equipa e não só o seu filho? É! Basta esse pai falar do miúdo X,Y ou Z, na sua evolução, o miúdo que joga melhor à frente ou atrás, significa que olha para o jogo e não para o seu filho em campo ou, eventualmente, no banco. O pai adepto é tão importante como o pai que colabora com o clube na organização do jogo, no cuidado com os equipamentos, na marcação do campo, na receção aos árbitros e adversários etc.
O pai (ou mãe) adepto é fundamental no apoio à equipa onde joga o filho, mesmo que por vezes se esqueçam que estamos a falar de formação e de escalões onde a maturidade é pouca, e não me refiro na ajuda no transporte da equipa (fundamental!!!) nem na ajuda na preparação dos lanches após jogo, falo no apoio em todos os jogos.
Falo ainda de pais que transmitem ao filho que não são treinadores, que o treinador (mesmo que por vezes esteja em desacordo) tem como função treinar e gerir a equipa, decidir quem joga, quanto tempo e em que posição no campo.
Todos os pais querem o melhor para os seus filhos contudo nem todos sabem estar no desporto e nomeadamente no futebol, mas, verdade seja dita a maioria assume o papel de pai adepto pela positiva.
Uma última palavra: que sejam cada vez mais o número de pais que semanalmente andam por esses campos a acompanhar as equipas onde os filhos jogam e que consigam levar consigo todos os outros, aqueles a quem vulgarmente se chama “treinadores de bancada”, a experimentar o quanto é gratificante trabalhar em equipa com os nossos filhos.
Nós (FDF – Futebol de Formação) poderíamos enumerar uma lista enorme de coisas que não seriam possíveis de realizar sem a ajuda e participação dos pais.
Quero deixar claro que os conteúdos publicados no nosso portal nunca terão como objetivo desprezar a importância do envolvimento dos pais no futebol de formação.
Tudo o que queremos e pretendemos é simplesmente sensibilizar-vos e contribuir para tornar os Pais, Treinadores, Diretores, Árbitros e Adeptos do futebol a, junto com os seus filhos, formarem uma verdadeira EQUIPA. Alertar-nos a todos para as situações que ocorrem durante os treinos e jogos e até mesmo no regresso a casa no final do jogo serve apenas para alcançar a nossa meta: o bem-estar e felicidade dos nossos filhos.
Os pais são o suporte dos filhos, nada como estarmos atentos aos nossos filhos.
Porque todos os envolvidos no processo formativo de crianças/jovens atletas têm as suas responsabilidades e deveres inerentes às suas funções, cargos ou ligações, havendo educação e respeito mútuo tudo se tornará mais simples, consensual e divertido.
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